Pedro do Coutto

A quarta-feira que passou foi outra vez palco de violência como a reportagem de Célia Costa e Renata Leite, O Globo do dia seguinte assinalou.
Como inclusive assinalou a empresária Viviane Oliveira a respeito do episódio mais recente, a Polícia tem que ocupar um espaço para agir de forma preventiva.
Os prejuízos, claro, são enormes para a cidade e para todos. À proporção em que se repetem tais ações criminosas aumenta a insegurança coletiva. Ir à praia expor-se ao sol e ao sal tornou-se uma ação de riso.
Cada vez maior, diga-se de passagem, pois a ousadia dos bandidos cresce a cada semana, Ipanema, Leblon, Copacabana, Arpoador, constituíram-se em cenário dos confrontos. Há algo estranho em tudo isso. A repressão deve ser substituída pela prevenção.
Pois repressão significa agir em consequência de algo que já ocorreu infelizmente. A prevenção deve mostrar sua força de persuasão para impedir os acontecimentos deploráveis que, no fundo, de uma forma ou de outra, de uma Maira ou de outra, afetam a sociedade.
A violência gerada pelas ações criminosas irresponsáveis influi na consciência e no comportamento coletivo. As pessoas já evitam sair com objetos de pequeno valor expostos por temerem chamar atenção e assim tornarem-se Aldo dos assaltos. Basta esta colocação para se transmitir a atmosfera existente no Rio.
Uma verdadeira calamidade. Com os assaltantes liberados, impunes após breves passagens nas delegacias, os atos se repetem.
O sol é testemunha, a população, de modo geral, a vítima do descalabro. Afinal de contas, como foi possível a situação de desordem chegar a esse ponto? Não é apenas um caso de omissão.
Pior. De proliferação. Isso porque os bandos que praticam arrastões vêm se tornando cada vez mais numerosos e assim mais difíceis de combater. As situações críticas acumularam-se através do tempo.
Anulá-las, agora, exige um esforço muito maior do que aquele que deveria ter sido despedido e não foi. Turistas passaram a ser agredidos, como comprovam os depoimentos revelados pela reportagem de O Globo.
POLICIAMENTO
O policiamento foi reforçado, mas nem por isso conteve a ação dos criminosos que foram em frente ultrapassando as barreiras que surgiram.
E, ainda que pareça incrível, a repressão policial não recebeu o apoio que merecia. O que está acontecendo?
Roubos e arrastões que merecem repulsa unânime, estão motivando conivências, não apenas pelo silêncio, o que por si já seria desanimador, mas também por atitudes aparentes que deixam transparecer uma concordância absurda, por mais estranho que pareça.
Mas tal aspecto extremamente negativo encontra-se assinalado na matéria que dimensiona nitidamente a sensação reinante da insegurança que se expande.
Expande é a palavra certa para mostrar o quanto é urgente uma ação policial coordenada e racional.
Pois, no fundo, a apropria vida humana encontra-se sob risco. Torna-se imperioso que o exemplo de quarta-feira torne-se um marco efetivo para um novo estilo de atuação por parte da Segurança Pública.
Esse Pedro do Couto só escreve se referindo a matérias publicadas em jornais. Aí, sim, ele comenta. Parece temer opinar, criar, diversificar. O que ele escreve deixou de ser minha leitura há décadas. E ele não muda.